O Patent Index 2024, divulgado pela Organização Europeia de Patentes (EPO), revela que o Brasil mantém uma presença constante no cenário internacional de inovação, com cerca de 200 pedidos de patente registrados anualmente. Para o economista português Sandro Mendonça, professor do ISCTE Business School em Lisboa, esses números indicam um país com potencial tecnológico significativo.
“Os dados revelam outro Brasil, não é? Um Brasil que nós vemos que tem máquinas novas com criatividade de engenharia nativa, endógena”, afirmou Mendonça em entrevista à DPL News.
Segundo o relatório da EPO, em 2024 foram recebidas 199.264 solicitações de patentes, uma ligeira queda de 0,1% em relação ao ano anterior. No entanto, o Brasil se destaca por sua estabilidade nas submissões, mesmo diante de desafios internos.
“São pedidos sofisticados, portanto estão ao nível de qualquer empresa… para conseguir uma patente, você é avaliado com o mesmo grau de exigência que uma empresa sul-coreana, americana ou japonesa”, destacou o economista.
As áreas de destaque nas patentes brasileiras incluem engenharia mecânica, tecnologia médica, equipamentos ligados à energia e indústria farmacêutica. “Nós vemos engenharia mecânica, tecnologia médica, equipamento ligado à área de energia e também farmacêutica”, observou Mendonça.
Apesar de uma queda de 8% nos pedidos de patentes no Brasil em 2024, totalizando 27.701 depósitos, conforme dados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o país continua a demonstrar capacidade inovadora. Mendonça ressalta que grandes empresas como Petrobras e Embraer, são protagonistas nesse cenário.
Ele enfatizou a importância dessas organizações estatais na manutenção da presença brasileira no cenário internacional de patentes.
O Patent Index 2024 também destaca o crescimento de áreas como tecnologia da informação, com 16.815 pedidos, e tecnologias relacionadas à energia elétrica e limpa, que cresceram 8,9% em relação ao ano anterior. Empresas como Samsung, Huawei e LG lideram o ranking de solicitações, refletindo a competitividade global no setor.
Para Mendonça, os dados evidenciam que, apesar dos desafios, o Brasil possui uma base sólida para impulsionar sua presença tecnológica no cenário internacional. Ele sugere que interessados em aprofundar o tema também consultem o INPI, no Rio de Janeiro. “Eles têm conteúdo muito interessante para apreciar a evolução de vários setores, inclusive os de tecnologia e telecomunicações.
Fonte: dplnews
